Três pessoas, vidas distintas, etnias variadas e pensamentos livres de ideologias, uma pessoa livre de preconceito, outro cheio de conceitos e o ultimo nem é aceito. No inicio do século XX, Luiz Castilhos lutava contra o preconceito racial na cidade do Rio de Janeiro, no bairro Jardim Almicare, exceto um homem não lutava contra a discriminação, o Joaquim Antônio.
Luiz e Joaquim, sócios de um armazém, tinham em comum um amigo chamado pela sociedade de o “Mulato”. Ele não tinha identidade nem nome, ele não fazia aniversário, nem tinha local para dormir e fazer suas necessidades.
Luiz, sempre dizia: “Ajudar uma alma pedinte hoje, Deus nos erguerá as mãos amanhã”. O Joaquim já discordava, mesmo gostando do amigo negro pelas piadas sem graça e o riso que este causava por não possuir sequer um dente frontal, tinha seus devidos preconceitos tão somente pelo tom de sua pele.
Luiz sempre ajudava o “Mulato” com alimentos básicos para o dia e permitia que o amigo tomasse banho na torneira do quintal, contanto que o sócio não soubesse desse ato “nobre”. O Joaquim nunca dava esse tipo de ajuda, acreditava que ao fazer isso, amaldiçoaria seu lar. Ele sempre mencionava que ajudar um vagabundo é a mesma coisa que dar lavagem aos porcos.
O “Mulato”, coitado, este sabia mencionar somente palavras como: “tenho fome”, “tenho sede”, “to com frio” e quando fazia graça para o Joaquim, exalava seu mau hálito. Joaquim não desconfiava que seu sócio ajudava o pobre homem da vida deturpada.
Acreditava-se naquela época que o “Mulato” um dia teria sido empregado de algum senhor nobre, estimava-se que ele teria seus 42 anos de idade e que após algum acidente na rua, perdeu a consciência e nunca mais lembrou seu nome e aonde morava. Mas tudo isso não passavam de suposições.
Pessoas nas ruas costumavam chamar de “lenda” o pobre homem que muitos acreditavam ser o Saci-Pererê de duas pernas, só faltava o cachimbo. Dona Maria, “a fofoqueira” vivia berrando pelas ruas: “Acabou de passar o lesma negra”, pois por onde passava deixava seu rastro de sujeira.
Luiz, numa noite de sexta-feira ao fechar o estabelecimento, apareceu o “Mulato” pedindo um pouco de comida. O armazém não abriria no dia seguinte, assim o homem não teria o que comer, pois a vizinhança não ajudava. Naquela ocasião, estando só deixou o homem adentrar-se e sugeriu que ele tomasse um banho, assim fez o “Mulato”.
Joaquim havia esquecido sua carteira no estabelecimento e quando deu de cara com o “Mulato” saindo da torneira, teve um ataque de nervos. Este gritava: “vai falir, vai falir amanhã o meu mercado...”, “...Luiz, seu vagabundo, você não tinha permissão de deixar o negro despojar-se de nossos proventos”.
Luiz indignado olhou para o teto e cheio de lágrimas, disse discordar do amigo e que naquele momento a sociedade havia se desfeito. Ele pegou suas malas, fechou o caixa e entregou a chave do armazém nas mãos de Joaquim e disse: “Bom trabalho, espero que você fique rico um dia”, e saiu.
Joaquim transtornado, não sabendo o que fazer chutou para fora o “Mulato”, desesperadamente gritava para o Luiz mencionando que não seria assim que terminaria aquela história, sacou sua espingarda e atirou várias vezes contra o ex-sócio. Nenhuma bala o acertou.
Na segunda-feira, Joaquim abriu o estabelecimento as seis da manhã como de costume e sentindo muita falta do seu amigo, mandou, inclusive um telegrama pedindo perdão e o qual dizia que o amigo estava certo. Luiz não retornava suas cartas.
Passaram-se dois dias, duas semanas, dois meses e o Joaquim estava preocupado com o Luiz, já que ele havia sumido e nunca mais apareceu, teria ele morrido? Seis meses sem noticias do homem, chega um telegrama ao armazém dizendo: “Senhor Joaquim, muito obrigado por tudo nesses anos que me ajudaram a sobreviver. Ao Luiz agradeço pelos alimentos e banhos que me permitiu tomar. Joaquim, obrigado por, enfim, obrigado. Estou na minha casa, lembrei de tudo e hoje estou embarcando para a Inglaterra onde eu sou o único ministro negro atuante, mando-lhe minhas condolências, estou levando o Luiz para trabalhar e morar comigo”.
Luiz e Joaquim, sócios de um armazém, tinham em comum um amigo chamado pela sociedade de o “Mulato”. Ele não tinha identidade nem nome, ele não fazia aniversário, nem tinha local para dormir e fazer suas necessidades.
Luiz, sempre dizia: “Ajudar uma alma pedinte hoje, Deus nos erguerá as mãos amanhã”. O Joaquim já discordava, mesmo gostando do amigo negro pelas piadas sem graça e o riso que este causava por não possuir sequer um dente frontal, tinha seus devidos preconceitos tão somente pelo tom de sua pele.
Luiz sempre ajudava o “Mulato” com alimentos básicos para o dia e permitia que o amigo tomasse banho na torneira do quintal, contanto que o sócio não soubesse desse ato “nobre”. O Joaquim nunca dava esse tipo de ajuda, acreditava que ao fazer isso, amaldiçoaria seu lar. Ele sempre mencionava que ajudar um vagabundo é a mesma coisa que dar lavagem aos porcos.
O “Mulato”, coitado, este sabia mencionar somente palavras como: “tenho fome”, “tenho sede”, “to com frio” e quando fazia graça para o Joaquim, exalava seu mau hálito. Joaquim não desconfiava que seu sócio ajudava o pobre homem da vida deturpada.
Acreditava-se naquela época que o “Mulato” um dia teria sido empregado de algum senhor nobre, estimava-se que ele teria seus 42 anos de idade e que após algum acidente na rua, perdeu a consciência e nunca mais lembrou seu nome e aonde morava. Mas tudo isso não passavam de suposições.
Pessoas nas ruas costumavam chamar de “lenda” o pobre homem que muitos acreditavam ser o Saci-Pererê de duas pernas, só faltava o cachimbo. Dona Maria, “a fofoqueira” vivia berrando pelas ruas: “Acabou de passar o lesma negra”, pois por onde passava deixava seu rastro de sujeira.
Luiz, numa noite de sexta-feira ao fechar o estabelecimento, apareceu o “Mulato” pedindo um pouco de comida. O armazém não abriria no dia seguinte, assim o homem não teria o que comer, pois a vizinhança não ajudava. Naquela ocasião, estando só deixou o homem adentrar-se e sugeriu que ele tomasse um banho, assim fez o “Mulato”.
Joaquim havia esquecido sua carteira no estabelecimento e quando deu de cara com o “Mulato” saindo da torneira, teve um ataque de nervos. Este gritava: “vai falir, vai falir amanhã o meu mercado...”, “...Luiz, seu vagabundo, você não tinha permissão de deixar o negro despojar-se de nossos proventos”.
Luiz indignado olhou para o teto e cheio de lágrimas, disse discordar do amigo e que naquele momento a sociedade havia se desfeito. Ele pegou suas malas, fechou o caixa e entregou a chave do armazém nas mãos de Joaquim e disse: “Bom trabalho, espero que você fique rico um dia”, e saiu.
Joaquim transtornado, não sabendo o que fazer chutou para fora o “Mulato”, desesperadamente gritava para o Luiz mencionando que não seria assim que terminaria aquela história, sacou sua espingarda e atirou várias vezes contra o ex-sócio. Nenhuma bala o acertou.
Na segunda-feira, Joaquim abriu o estabelecimento as seis da manhã como de costume e sentindo muita falta do seu amigo, mandou, inclusive um telegrama pedindo perdão e o qual dizia que o amigo estava certo. Luiz não retornava suas cartas.
Passaram-se dois dias, duas semanas, dois meses e o Joaquim estava preocupado com o Luiz, já que ele havia sumido e nunca mais apareceu, teria ele morrido? Seis meses sem noticias do homem, chega um telegrama ao armazém dizendo: “Senhor Joaquim, muito obrigado por tudo nesses anos que me ajudaram a sobreviver. Ao Luiz agradeço pelos alimentos e banhos que me permitiu tomar. Joaquim, obrigado por, enfim, obrigado. Estou na minha casa, lembrei de tudo e hoje estou embarcando para a Inglaterra onde eu sou o único ministro negro atuante, mando-lhe minhas condolências, estou levando o Luiz para trabalhar e morar comigo”.
Ricardo Andrade

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