terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A imprensa após o “chaqualhão” da igreja Universal.




Juristas, magistrados e entidades de classe e da sociedade civil criticam a iniciativa da Igreja Universal do Reino de Deus de incentivar fiéis a moverem ações de indenização em juizados especiais, nas mais distantes cidades do país, contra jornais e jornalistas. Eles dizem que a estratégia revela uma tentativa de intimidação da imprensa e atenta contra a liberdade de expressão. No total, há 56 ações de fiéis da Iurd contra a repórter Elvira Lobato e a Folha. Cinco delas já foram extintas.
A Record, do bispo Edir Macedo, exibiu no "Domingo Espetacular", reportagem sobre as ações movidas por fiéis da Igreja Universal contra a Folha e a jornalista Elvira Lobato. As ações contestam textos sobre os negócios da instituição, publicados pelo jornal em dezembro.
Programa apresentado pelos âncoras Paulo Henrique Amorim e Janine Borba. O texto falava em "evangélicos que descobrem na Justiça uma arma contra o preconceito religioso". Foram entrevistados fiéis que prometeram processar o diário "O Globo" por reportagem a respeito da ação contra a Folha na qual a Universal foi chamada de "seita".
O deputado Miro Teixeira, em nome do seu partido, o PDT, requeriu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da lei autoritária, no mesmo dia em que o presidente Lula defendeu em público a Universal.
Após o ocorrido, devido a ações de fiéis contra veículos de comunicação a favor da Igreja Universal, parlamentares da base aliada e da oposição reagiram de forma positiva à suspensão de parte da Lei de Imprensa. Em liminar concedida, o ministro Carlos Ayres Britto, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu os efeitos de alguns artigos em resposta a uma ação impetrada pelo PDT. O ministro alertou ainda que a lei deve ser mudada pelo Congresso porque estaria em descompasso com o momento político atual.
Carlos Ayres de Britto, concedeu liminar que suspende no todo ou em parte uma vintena dos seus 77 artigos. Ele determinou a paralisação imediata dos processos abertos com base nos artigos visados, bem como de suas conseqüências eventualmente em curso.
Um novo cenário político e jornalístico será instaurado em pouco tempo. Com as mudanças na lei de imprensa, antes quando algum órgão ou jornalista era processado pagava-se até o valor de 200 salários minimos, agora não terá limite.

Criado: Ricardo Andrade

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